A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu um novo pedido de investigação contra o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentado pelo vereador Guilherme Kilter (Novo) de Curitiba. O pedido visa apurar a suposta atuação do ministro em favor dos interesses do Banco Master.
O caso ganhou destaque após revelações de que Alexandre de Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em múltiplas ocasiões para tratar de assuntos relacionados ao Banco Master. As denúncias incluem contatos telefônicos e encontros presenciais para discutir questões envolvendo o banco de Daniel Vorcaro.
* Um pedido similar já havia sido arquivado pelo procurador-geral Paulo Gonet no último sábado (27), alegando que as acusações permaneceram no “campo das suposições”
* Parlamentares da oposição, liderados pelos deputados Marcel van Hattem e Cabo Gilberto, protocolaram um novo pedido de impeachment contra Moraes no Senado Federal
* O ministro teria feito múltiplos contatos com Galípolo, incluindo seis ligações em um único dia, para discutir a venda do Banco Master ao BRB
* Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, firmou contrato com o Banco Master prevendo pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões por três anos
* O acordo previa atuação em cinco núcleos junto ao Judiciário, Legislativo e órgãos do Executivo, incluindo Receita Federal, PGFN, Banco Central e Cade
Em sua defesa, Alexandre de Moraes nega ter atuado em favor dos interesses de Vorcaro e afirma que as conversas com o Banco Central foram relacionadas às sanções da Lei Magnitsky. O ministro esclareceu que realizou apenas duas reuniões em seu gabinete com o presidente do BC, em 14/08 e 30/09, após as aplicações da lei.
O Banco Central confirmou as conversas sobre a Lei Magnitsky, mas não negou discussões sobre o Banco Master. O ministro ressalta que “o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição Master-BRB perante o Banco Central”.