A Polícia Federal, em conjunto com o ICMBio, deflagrou nesta quarta-feira (3) uma operação para investigar a contaminação por circovírus em ararinhas-azuis mantidas em um criadouro em Curaçá, na Bahia. A operação, denominada Blue Hope, realizou cinco mandados de busca e apreensão em Curaçá e Brasília.
O caso ganhou notoriedade em 27 de novembro, quando o ICMBio divulgou que todas as ararinhas-azuis em vida livre na Bahia testaram positivo para o circovírus, um patógeno potencialmente letal. Inicialmente, foram identificadas 11 aves contaminadas, número que posteriormente aumentou para 31, segundo o instituto.
* O ICMBio instaurou um Sistema de Comando de Incidente após a detecção inicial do vírus em maio deste ano, visando impedir sua disseminação
* Durante vistorias realizadas em parceria com o Inema e a PF, foi constatado que o criadouro não seguia os protocolos de biossegurança estabelecidos
* O Criadouro Ararinha-azul foi multado em aproximadamente R$ 1,8 milhão por descumprimento das medidas sanitárias
* As irregularidades incluíam instalações sujas, acúmulo de fezes nos comedouros e funcionários sem equipamentos de proteção adequados
O Criadouro Ararinha-azul contestou as acusações, afirmando que:
* Apenas 5 aves, não 31, testaram positivo para o circovírus
* 98 das 103 aves mantidas no espaço testaram negativo
* A instituição segue protocolos rígidos de biossegurança
* O estabelecimento é mantido com capital estrangeiro e conta com profissionais especializados
Os investigados poderão responder por crimes como disseminação de doença capaz de causar dano à fauna, morte de animais silvestres e obstrução de fiscalização ambiental, com penas que podem chegar a oito anos de reclusão.
O circovírus representa uma ameaça significativa para a conservação das ararinhas-azuis, especialmente considerando que não havia registros anteriores da doença em animais de vida livre no Brasil. O ICMBio continua monitorando a situação e implementando medidas para controlar a disseminação do vírus na região.