O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recomendou a prisão preventiva de dois funcionários do Bar Rei do Pastel, suspeitos de agredir fatalmente Alice Martins Alves, 32 anos, na região da Savassi, em Belo Horizonte. O incidente ocorreu em 23 de outubro, e mesmo após 40 dias da agressão, os suspeitos permanecem em liberdade.
A investigação revelou que Alice Martins Alves foi perseguida e brutalmente agredida por ter supostamente esquecido de pagar uma conta de R$ 22. Apesar do estabelecimento ter como prática permitir que clientes habituais, como era o caso da vítima, quitassem débitos posteriormente, ela foi alvo de violência desproporcional.
* Em 23 de outubro, Alice foi atacada por dois homens durante a madrugada, sendo registradas em câmeras de segurança as agressões e insultos transfóbicos
* No dia 5 de novembro, a vítima registrou ocorrência, relatando que não conhecia os agressores
* Em 13 de novembro, quatro dias após o falecimento de Alice, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva dos suspeitos
* No dia seguinte, o MPMG manifestou-se favorável à medida liminar, reforçando o pedido de prisão
O MPMG caracterizou o crime como hediondo, destacando a futilidade do motivo e a violência desproporcional empregada. Segundo o documento, ao qual o Estado de Minas teve acesso, “Trata-se de crime hediondo (feminicídio), praticado por motivo fútil, torpe e utilizando-se de recurso que dificultou a defesa da vítima (que estava embriagada), ação violenta, covarde e desproporcional”.
A delegada Iara França, do Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios da PCMG, informou que além da questão da dívida, investiga-se também a hipótese de transfobia, considerando a intensidade da violência empregada.
Contudo, a Justiça ainda não determinou a prisão preventiva dos suspeitos. A juíza Ana Carolina Rauen argumentou que não há elementos suficientes que comprovem a relação direta entre as agressões e o óbito de Alice, além de considerar “nebulosa” a participação individual de cada investigado.