O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, está no centro de uma nova controvérsia que pode resultar em um pedido de impeachment no Senado e na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A situação emerge após revelações sobre sua suposta interferência informal junto ao Banco Central em favor do Banco Master.
Segundo reportagem do jornal O Globo, Moraes teria contatado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em pelo menos quatro ocasiões para interceder em favor do Banco Master, do empresário Daniel Vorcaro. A interferência estaria relacionada à tentativa de venda da instituição ao Banco de Brasília (BRB), operação que foi posteriormente negada pelo BC.
Um elemento crucial nesta história é o contrato de prestação de serviços entre o escritório de advocacia da esposa de Moraes, Viviane Barci, e o Banco Master. O acordo prevê pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões, com vigência de três anos, podendo alcançar aproximadamente R$ 130 milhões.
As supostas intervenções de Moraes teriam ocorrido em um momento delicado, quando o Banco Central já havia identificado sérias irregularidades na instituição. A Polícia Federal descobriu fraudes envolvendo o repasse de cerca de R$ 12,2 bilhões em créditos do Banco Master para o BRB, relacionados a títulos considerados inexistentes ou sem lastro. Essas descobertas resultaram na prisão de Daniel Vorcaro e outros seis executivos.
Diante destes acontecimentos, parlamentares da oposição estão se mobilizando em duas frentes:
* O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) anunciou que utilizará o período de recesso parlamentar para coletar assinaturas visando um pedido de impeachment no Senado
* O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) declarou que iniciará a coleta de assinaturas para a instauração de uma CPI após o recesso legislativo, com o objetivo de investigar as relações entre o ministro e o Banco Master