O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido, na tarde desta segunda-feira (29/12), a um segundo procedimento para tentar conter as crises de soluços persistentes que vem enfrentando desde que foi internado para uma cirurgia de hérnia. A informação foi divulgada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
“Procedimento finalizado. Graças a Deus, agora aguardamos ele subir para o quarto”, escreveu ela em suas redes sociais por volta das 15h.
Este é o segundo bloqueio do nervo frênico realizado no ex-presidente em três dias. No sábado (27/12), os médicos fizeram o bloqueio no lado direito. Como os sintomas persistiram, a equipe médica optou por repetir o procedimento, desta vez no nervo frênico esquerdo. A intervenção desta segunda-feira durou cerca de uma hora.
O que é o bloqueio do nervo frênico?
O procedimento, conforme explicado pela equipe médica, consiste na aplicação de anestésico local próximo ao nervo responsável por estimular o diafragma. O objetivo é interromper temporariamente sua função para controlar os soluços. Trata-se de uma intervenção com efeito esperado entre 12 e 18 horas.
O cirurgião Cláudio Birolini, integrante da equipe que acompanha Bolsonaro, destacou que não é recomendado realizar o bloqueio nos dois lados simultaneamente devido ao risco de complicações respiratórias. A técnica é indicada para casos de soluços persistentes que não respondem ao tratamento medicamentoso.
Internação e recuperação
Jair Bolsonaro está internado no Hospital DF Star, em Brasília, desde a manhã da última quarta-feira (24/12), quando deixou a Superintendência da Polícia Federal, onde cumpria prisão domiciliar.
Na quinta-feira (25/12), Natal, ele passou por uma herniorrafia inguinal bilateral – cirurgia para correção de hérnias na virilha dos dois lados. O procedimento, que durou cerca de três horas, foi descrito como bem-sucedido e sem intercorrências pelo cirurgião Cláudio Birolini.
De acordo com Birolini, a decisão pelo bloqueio do nervo frênico foi tomada após uma crise intensa de soluços na sexta-feira (26/12), relatada pelo cardiologista Brasil Caiado.
Após a nova intervenção, o ex-presidente deve permanecer em observação por pelo menos mais 48 horas. Se não houver intercorrências, a alta hospitalar poderá ser concedida. Ele continuará sob cuidados que incluem fisioterapia, medidas para prevenção de trombose venosa e demais protocolos de reabilitação.
Esta é a oitava intervenção cirúrgica pela qual Bolsonaro passa desde o atentado a faca que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.