A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está alertando sobre a urgência de acelerar as negociações para expandir o acordo de livre comércio entre Brasil e México, considerado um mercado estratégico para o crescimento internacional da indústria brasileira.
O cenário atual é preocupante devido a uma proposta em análise no Congresso mexicano, que prevê a criação do “Programa de Protección para las Indústrias Estratégicas”. Este programa pode resultar em um aumento significativo nas tarifas de importação, afetando diretamente as relações comerciais entre os dois países.
* O México importou US$ 11,7 bilhões do Brasil em 2024, sendo que US$ 1,7 bilhão (14,7%) pode ser afetado pelas novas tarifas
* A medida impactaria 232 produtos de 16 setores da indústria de transformação brasileira
* O setor automotivo seria o mais afetado, representando 53,8% do valor total
* Outros setores impactados incluem borracha e plásticos (14,3%), máquinas e equipamentos (7,9%), químicos (7%) e metalurgia (6,3%)
* Mais de 70% do comércio bilateral está fora dos acordos vigentes
* O Acordo de Complementação Econômica (ACE) 55 garante livre comércio apenas para o setor automotivo
* O ACE 53 cobre integralmente apenas três produtos incluídos na proposta mexicana
Segundo Ricardo Alban, presidente da CNI, a ampliação do acordo é fundamental para expandir as oportunidades de exportação. A análise da CNI indica que US$ 688,9 milhões em exportações brasileiras ficariam descobertos ou teriam apenas margens parciais de preferência caso as novas tarifas sejam implementadas.
A proposta mexicana prevê um aumento na tarifa média de 16,1% para 33,8%, podendo chegar a 50% em alguns casos. A China seria o país mais afetado, com US$ 34,2 bilhões em exportações sujeitas às novas tarifas, seguida por Coreia do Sul, Índia e Tailândia, com o Brasil sendo o país latino-americano mais exposto.