O fim do ano se aproxima sem definição sobre o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Jorge Messias, atual advogado-geral da União e indicado pelo presidente Lula para a vaga deixada pela aposentadoria do ministro Luis Roberto Barroso, ainda busca o apoio necessário dos senadores para sua aprovação.
Durante a última reunião ministerial, o presidente Lula demonstrou preocupação com a situação, solicitando que membros de sua equipe contatem senadores aliados para garantir votos favoráveis a Messias. O indicado enfrenta resistência significativa, especialmente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que preferia ver o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ocupando a vaga.
Para assumir o cargo, Jorge Messias precisa passar por duas etapas cruciais:
* Ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado
* Obter aprovação no plenário com maioria absoluta, necessitando de pelo menos 41 votos favoráveis
Jorge Messias, pernambucano de 45 anos, possui formação em direito pela Universidade de Pernambuco e doutorado pela Universidade de Brasília (UnB). Como Procurador da Fazenda Nacional desde 2007, ganhou destaque ao assessorar a ex-presidente Dilma Rousseff na subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.
Sua trajetória profissional inclui diversos cargos estratégicos na administração pública:
* Subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil
* Secretário de Regulação e Supervisão do Ministério da Saúde
* Consultor jurídico dos Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação
* Atuação na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e na Procuradoria do Banco Central
Membro da Igreja Batista, Messias conta com apoio de parte da bancada evangélica e tem como aliado o ministro André Mendonça, também evangélico e indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Se aprovado, integrará a “bancada da AGU” no STF, juntando-se a André Mendonça, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que também ocuparam o cargo de advogado-geral da União antes de chegarem ao Supremo.
A definição sobre a indicação de Jorge Messias permanece como um dos principais desafios políticos pendentes para o governo Lula neste final de ano, dependendo agora da articulação política para garantir os votos necessários no Senado Federal.