O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou a Ponte da Integração Jaime Lerner em Foz do Iguaçu, oeste do Paraná, sem a presença do presidente paraguaio Santiago Peña. No dia seguinte, o governo paraguaio realizou sua própria cerimônia em Presidente Franco, evidenciando possíveis tensões diplomáticas entre os países às vésperas da Cúpula do Mercosul.
Durante a cerimônia brasileira, Lula explicou a ausência do presidente paraguaio: “Eu quero explicar porque não estou aqui com o Santiago Peña. Ele não podia hoje, por um problema familiar em Assunção, e eu não podia amanhã à tarde, porque termino o Mercosul e preciso voltar a Brasília. Então eu inauguro o lado brasileiro, ele inaugura o lado paraguaio, e ganha o Brasil e ganha o Paraguai”.
Para o professor Aníbal Orué Pozzo, coordenador da pós-graduação Integração Paraguai-Brasil da Unila, a ausência tem significativo peso político. “O Paraguai está com uma política externa muito fraca e indecidida […] A não presença do Santiago Penha, como presidente do Paraguai, enfraquece e reorienta as relações do Paraguai para outras áreas e não para o Mercosul. Eu acho que enfraquece o Mercosul, porque o Mercosul funciona com consenso”, afirmou.
* A cerimônia de inauguração enfrentou contratempos técnicos, com falha no gerador do palco
* Lula comentou o incidente durante a Cúpula do Mercosul: “Ontem faltou energia no meu discurso, espero que não falte energia no discurso hoje”
* A liberação do tráfego será gradual, iniciando com caminhões vazios entre 22h e 5h
* A partir de 18 de janeiro, ônibus de turismo fretados poderão circular das 19h às 7h
* Ainda não há previsão para liberação de carros e motos
A Ponte da Integração é a segunda conexão viária entre os dois países na região, sendo construída mais de 60 anos após a Ponte da Amizade. O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou que a nova estrutura vai liberar o fluxo de caminhões entre Brasil e Paraguai.
Lula ressaltou a importância da obra para o desenvolvimento regional: “Nessa ponte vai transitar o povo paraguaio para o Brasil e o povo brasileiro para o Paraguai, para trabalhar, vender e comprar. O que interessa é fazer com que as duas economias cresçam”.
A estrutura, concluída desde 2022, permaneceu sem uso devido à falta de aduanas, acessos e sistemas de fiscalização. A expectativa é que a nova ponte reduza significativamente o fluxo de caminhões na Ponte da Amizade e no centro de Foz do Iguaçu, contribuindo para melhor mobilidade na região.