O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve uma conversa telefônica com o presidente venezuelano Nicolás Maduro na semana passada, focando principalmente na discussão sobre a paz na América do Sul, conforme informação divulgada pelo Palácio do Planalto.
O diálogo ocorre em um momento de crescente tensão entre Venezuela e Estados Unidos, com Washington acusando Maduro de liderar um cartel do narcotráfico e realizando operações militares no mar do Caribe próximo à costa venezuelana.
A conversa entre os presidentes foi caracterizada como “rápida” e centrada na “paz na América do Sul e no Caribe”. Vale ressaltar que os líderes não mantinham contato desde as eleições presidenciais venezuelanas de julho de 2024, cujo resultado não foi reconhecido oficialmente pelo Brasil.
Uma fonte da Presidência brasileira esclareceu que Lula não pretende atuar como mediador na crise entre Washington e Caracas. Os Estados Unidos têm intensificado medidas econômicas e militares contra o governo venezuelano, com o presidente americano Donald Trump chegando a afirmar que os dias de Maduro estão “contados”.
Em resposta às acusações americanas, Maduro nega envolvimento com narcotráfico e argumenta que Trump busca uma “mudança de regime” visando as reservas petrolíferas venezuelanas.
Em um evento oficial em Belo Horizonte, Lula relatou sua própria conversa com Trump, onde defendeu uma abordagem pacifista: “Ô, Trump, nós não queremos guerra na América Latina. Nós somos uma zona de paz”. Quando Trump respondeu mencionando seu poderio militar, Lula reafirmou: “Cara, eu acredito mais no poder da palavra do que no poder da arma. Vamos tentar usar a palavra como instrumento de convencimento, de persuasão, pra gente fazer as coisas certas. Vamos acreditar que a palavra, diplomaticamente, é a coisa mais forte pra gente resolver os problemas”.