Um novo estudo revelou uma série de supostas práticas anticompetitivas na indústria farmacêutica brasileira, documentando 129 casos que incluem aumentos abusivos de preços, pressão contra medicamentos genéricos e formação de monopólios na produção de medicamentos. A pesquisa, apresentada em formato de livro, expõe diversas estratégias utilizadas por empresas do setor para manter sua dominância no mercado.
O levantamento identificou diferentes tipos de condutas que prejudicam a concorrência no setor farmacêutico:
* Empresas farmacêuticas têm realizado aumentos significativos nos preços de medicamentos, especialmente em produtos sem concorrentes diretos no mercado
* Foram documentadas práticas de pressão sistemática contra a entrada de medicamentos genéricos, incluindo ações judiciais e estratégias para prolongar patentes
* O estudo aponta a formação de monopólios na produção de determinados medicamentos, limitando as opções disponíveis para os consumidores
* Foram identificadas manobras comerciais que visam dificultar a entrada de novos competidores no mercado, incluindo acordos exclusivos com distribuidores
A Interfarma, associação que representa as principais indústrias farmacêuticas do país, contestou veementemente as acusações apresentadas no estudo. A entidade argumenta que as práticas comerciais de suas associadas seguem rigorosamente a legislação brasileira e os padrões éticos do setor.
O documento também destaca como essas práticas impactam diretamente o acesso da população a medicamentos mais acessíveis, especialmente considerando o papel fundamental dos genéricos na democratização dos tratamentos médicos no Brasil.
Em conclusão, o estudo apresenta um panorama preocupante sobre as práticas comerciais no setor farmacêutico brasileiro, evidenciando a necessidade de maior regulação e fiscalização para garantir uma concorrência justa e preços mais acessíveis aos consumidores.