O número de internações por infarto entre jovens brasileiros tem apresentado um crescimento alarmante nos últimos anos, acendendo um sinal de alerta entre especialistas da área médica. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), as hospitalizações por infarto em pessoas com menos de 39 anos mais que dobraram nos últimos 15 anos.
Uma pesquisa do Ministério da Saúde revela que o aumento dos casos de infarto em pessoas com menos de 40 anos superou 150% na última década. Especialistas apontam que, embora a doença ainda seja incomum nessa faixa etária, novos fatores de risco têm contribuído significativamente para esse cenário.
* Ana Lígia Damazo Batista, empresária de 35 anos, vivenciou um infarto em julho. “Começou com uma leve dor na nuca, que foi piorando. Depois vieram as agulhadas no peito. Fui até uma farmácia, medi a pressão, estava 22 por 10. Passei mal, vomitei e senti uma dor muito intensa. Foi nesse momento que infartei”, relatou.
* Rayane Savazzo, enfermeira de 30 anos, também enfrentou um infarto, tendo como primeiro sintoma uma forte dor no estômago. “Hoje faço acompanhamento a cada seis meses e realizo todos os exames. Mudei completamente minha rotina e alimentação. Não é fácil, mas é necessário”, compartilhou.
O cardiologista José Guilherme Rodrigues explica: “O aumento está ligado a novos riscos entre jovens, como cigarro eletrônico, anabolizantes, anfetaminas e energéticos. Esses hábitos têm contribuído para que o infarto, antes mais comum em idosos, apareça cada vez mais cedo”.
Outros fatores importantes incluem:
* Sedentarismo
* Má alimentação
* Estresse
* Consumo de alimentos industrializados
* Histórico familiar
Os principais sintomas do infarto incluem dor ou desconforto no peito, que pode se estender para braços, costas ou pescoço. Os médicos enfatizam a importância do atendimento imediato ao perceber estes sinais. “Só nesta semana tivemos dois casos em pessoas com menos de 40 anos. É fundamental acionar o Samu e nunca tentar ir sozinho ao hospital. O atendimento rápido pode salvar vidas”, alertou Rodrigues.
O histórico familiar também é um fator determinante, como no caso de Rayane, que possui diversos familiares com problemas cardíacos. “Na família da minha mãe, todos os irmãos já tiveram problemas cardíacos. É hereditário. Não tem um dia que eu esqueça disso. O medo é constante e não é fácil de lidar”, concluiu.