O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (3) um marco histórico no mercado de trabalho brasileiro: cerca de 8,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais estavam trabalhando em 2024, estabelecendo um recorde desde o início da série histórica em 2012. O estudo, parte da Síntese de Indicadores Sociais, revela que um em cada quatro idosos (24,4%) estava ocupado no ano passado.
De acordo com o levantamento, a taxa de desocupação entre idosos atingiu seu menor patamar histórico, registrando 2,9% em 2024, significativamente inferior à taxa geral de desemprego do país, que foi de 6,6% no mesmo período.
* Na faixa etária de 60 a 69 anos, 34,2% mantinham-se ativos no mercado de trabalho, com destaque para os homens (48%) em comparação às mulheres (26,2%)
* Entre pessoas com 70 anos ou mais, a ocupação reduzia para 16,7%, sendo 15,7% entre homens e 5,8% entre mulheres
* Mais da metade dos idosos (51,1%) atuava de forma autônoma, sendo 43,3% por conta própria e 7,8% como empregadores
* Apenas 17% dos idosos trabalhavam com carteira assinada, contrastando com 38,9% da população geral
* A taxa de informalidade entre idosos atingiu 55,7%, superior à média nacional de 40,6%
A analista do IBGE Denise Guichard Freire destaca que o aumento na ocupação dos idosos está relacionado a dois fatores principais: “Certamente a reforma da previdência é um dos fatores que levam as pessoas a ter que trabalhar mais tempo, a contribuir mais tempo para conseguir se aposentar”, além do aumento da expectativa de vida.
Em termos de rendimento, o estudo revelou que os trabalhadores idosos receberam, em média, R$ 3.561 mensalmente, superando em 14,6% a média salarial do conjunto da população com 14 anos ou mais (R$ 3.108).
O IBGE considera na categoria de trabalho informal os empregados sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria e empregadores que não contribuem para a previdência social, representando uma parcela significativa da população idosa ocupada.