Um homem de 37 anos foi preso na última quinta-feira (19) em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, acusado do assassinato de Heddy Lamar de Araújo, de 44 anos, e seu filho autista, Bernardo Lucas de Araújo Ribeiro, de 13 anos. Os crimes aconteceram em setembro de 2024, e Bruno Alexandre Ferreira foi indiciado por feminicídio e homicídio.
De acordo com as investigações policiais, Heddy Lamar mantinha um relacionamento extraconjugal com o suspeito há dois anos. O homem, que ainda era casado, teria se recusado a assumir publicamente o relacionamento com a técnica em enfermagem, o que acabou motivando o crime.
* Na madrugada do dia 25 de setembro, às 2h15, Heddy Lamar saiu de casa utilizando um serviço de moto por aplicativo e se dirigiu ao Hospital Risoleta Neves, onde encontrou o suspeito, que também estava em uma motocicleta.
* O corpo de Heddy Lamar foi encontrado na Avenida Lauro Soares, bairro Nova York, em Vespasiano, sem documentos. A identificação só foi realizada oito dias depois.
* Durante esse período, o pai de Bernardo, que mantinha contato frequente com o filho, estranhou a falta de resposta da ex-companheira às mensagens.
* No mesmo dia da identificação do corpo de Heddy, o pai registrou o desaparecimento do filho.
* Em 3 de outubro, policiais encontraram Bernardo morto no apartamento onde morava com a mãe. Segundo a investigação, o adolescente, que era autista nível dois de suporte e dependia totalmente de cuidados, faleceu por fome e sede após ficar sozinho.
Segundo o delegado Marcos Vinícius Martins, após o fim do casamento, o suspeito desenvolveu “ódio” pela vítima e decidiu matá-la. Heddy foi asfixiada e apresentava perfurações por faca ou tesoura. “Com a sua conduta ele assume o risco de morte desse menor porque ele sabia que Heddy Lamar tinha um filho autista, que não tinha capacidade nenhuma de pedir socorro. A vítima havia saído de casa às 2h15 da manhã para encontrar com ele e teria deixado seu filho sozinho em casa, acreditando retornar com vida”, declarou o delegado.
Bruno Alexandre Ferreira responderá por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Quanto à morte de Bernardo, será indiciado por homicídio contra menor de 14 anos, com aumento de pena pela vulnerabilidade devido à condição autista do adolescente. O suspeito nega ter cometido os crimes, embora admita que conhecia a vítima. A defesa do acusado não foi localizada.