Mais do que os 90 minutos do tempo normal, os 30 minutos da prorrogação e as quatro defesas de pênaltis de Safonov que deram o título ao PSG diante do Flamengo, a final do Intercontinental de Clubes da FIFA, realizada na quarta-feira (17), no Catar, movimentou também o mercado publicitário mundial. Estudo realizado pela AuraSight, plataforma que usa IA para mensurar o valor da exposição de marcas em transmissões ao vivo e publicações em redes sociais, estima em R$ 34 milhões o retorno total para as marcas exibidas nas placas de publicidade colocadas no Estádio Ahmad bin Ali para a final.
Para chegar ao valor, a Aurasight usa como base o valor médio cobrado pelas emissoras que transmitiram a partida no Brasil (Globo, SporTV, GeTV e CazéTV) e na França (M6 e beIN Sports).
Na análise das placas digitais localizadas ao redor do gramado, a Aramco, companhia estatal de petróleo e gás da Arábia Saudita, liderou com retorno estimado em R$ 9,2 milhões. As aparições da marca somaram pouco mais de 25 minutos de tempo de tela. Em seguida, aparecem Qatar Airways, Coca-Cola, Adidas e Visa, todas com retorno na casa dos R$ 4 milhões, alcançados por tempos de tela que variaram entre 11min e 50s e 12 min e 43s.
A força das redes sociais
Entre 16 e 18 de dezembro, foram mais de quatro milhões de conteúdos originais relacionados à partida publicados em seis redes monitoradas pela AuraSight, sendo o X (antigo Twitter predominante). Deste volume, foram mais de 500 mil vídeos e 200 mil imagens de diferentes países.
Usuários brasileiros foram responsáveis por quase 40% do total, seguido por usuários dos EUA (13,6%) e França (10,9%). Esses conteúdos funcionam como uma extensão natural da transmissão na tv e no streaming. Imagens do jogo, incluindo as placas publicitárias, circulam organicamente nas redes, ampliando o valor econômico alcançado pelas marcas.
Para se ter uma dimensão da capacidade de amplificação das redes sociais, em uma postagem publicada no perfil da CazéTV no Instagram, a aparição da marca Visa gerou um valor estimado de R$ 19,9 mil, considerando o alcance de 31 mil curtidas e pouco mais de 500 mil visualizações do conteúdo até esta quinta-feira, às 15h.
No mesmo perfil, outro post com o influenciador Chico Moedas vestindo uma camisa histórica do Flamengo alcançou o retorno de R$ 263,4 mil para a Lubrax, que pertence à Vibra Energia (antiga BR Distribuidora), mesmo sem qualquer ativação comercial. Foram mais de 800 mil curtidas e 16 milhões de visualizações em pouco menos de 24 horas.
Como é feito o cálculo
Para medir o valor das placas digitais, a AuraSight considera quatro variáveis. “A primeira é o tamanho da logo na tela: quanto maior a área ocupada pela marca, maior o impacto visual atribuído. A segunda é a localização na tela, com atribuição de valores maiores para regiões mais próximas ao centro da imagem”, explica o CTO da AuraSight, George Gomes.
Ele acrescenta que a duração da exposição da marca e a divisão de espaço com outros logos também afeta no resultado. “A plataforma mede o tempo em que a marca segue visível, aplicando peso maior às exibições de curta duração, que são mais bem-sucedidas em captar a atenção de quem assiste. Por fim, é considerada também a presença simultânea de diversos logos, com valor maior atribuído para as marcas que aparecem sozinhas durante a transmissão”.
Uma lógica similar a da usada na tv, mas específica para redes sociais é aplicada em vídeos e imagens das redes.