Terço, patuá, mandingas, amuletos, superstições, rezas, diálogos com outras dimensões e até um pedido especial às estrelas que brilham na imensidão celeste. O torcedor do Cruzeiro — até o mais cético — pode se valer de tudo isso para manter viva a esperança da classificação na Copa do Brasil. Neste domingo (14/12), às 18h, a Raposa enfrenta o Corinthians, fora de casa, em uma Neo Química Arena lotada, mas também tomada por cruzeirenses, que esgotaram em minutos os 2.500 ingressos destinados à torcida visitante.
Após uma atuação abaixo do esperado e a derrota por 1 a 0 no jogo de ida, no Mineirão, o Cruzeiro, comandado por Leonardo Jardim, terá uma missão clara: vencer por dois gols de diferença para garantir vaga na final. Um triunfo por apenas um gol leva a decisão para os pênaltis. Para a partida, a equipe celeste terá desfalques importantes: o zagueiro argentino Villalba, lesionado, e o volante Lucas Romero, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
Para seguir adiante e manter vivo o sonho do heptacampeonato da Copa do Brasil, o Cruzeiro precisará escrever uma página inédita em sua história recente. Nas duas ocasiões em que perdeu o jogo de ida da semifinal em casa — contra Grêmio, em 2016, e Internacional, em 2019 — a Raposa não conseguiu reverter o placar e acabou eliminada.
Apesar disso, o retrospecto geral do Cruzeiro na competição é altamente favorável. Em 11 semifinais disputadas ao longo da história da Copa do Brasil, o clube mineiro chegou à decisão em oito oportunidades. Das seis vezes em que decidiu a semifinal longe de Belo Horizonte, avançou em quatro: 1993, 1998, 2000 e 2014.
A Nação Azul também pode se apegar à memória de viradas épicas que marcaram os mais de 100 anos do clube. O torcedor não esquece o histórico 3 a 0 sobre o River Plate, na Supercopa de 1991, nem a reviravolta memorável contra o São Paulo na final da Copa do Brasil de 2000 — momentos que ajudam a alimentar a confiança em noites decisivas.
Vencer fora de casa, aliás, não é novidade para o Cruzeiro nesta edição do torneio. A equipe estrelada já superou Vila Nova (3 a 0), CRB (2 a 0) e Atlético (2 a 0) como visitante, mostrando força, maturidade e capacidade de decisão longe de seus domínios.
Se superar o Corinthians, no tempo normal ou nas penalidades, o Cruzeiro disputará sua nona final de Copa do Brasil. São seis títulos conquistados — marca que coloca o clube como maior campeão da história do torneio.
Neste domingo, 14 de dezembro de 2025, o cenário é de decisão total em São Paulo. Do outro lado estará o Corinthians de Dorival Júnior, empurrado pelo ímpeto alvinegro e pela força de sua torcida. Para avançar, o Cruzeiro precisará ser inteligente, estratégico e cirúrgico para neutralizar o adversário e dar um nó no time do Parque São Jorge.
Às 18h, a bola rola na Neo Química Arena. Em pouco mais de 90 minutos, os destinos de Cruzeiro e Corinthians serão definidos — um tempo que vai além do relógio e representa, para quem avançar, mais um passo rumo à taça da Copa do Brasil, sonho que move cada cruzeirense.