O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 15% ao ano pela quarta reunião consecutiva, mantendo um tom conservador em seu comunicado. A ausência de sinalizações claras sobre o início do ciclo de cortes nos juros em 2026 levou o mercado a aumentar as apostas em uma redução apenas a partir de março.
O cenário atual apresenta elementos importantes que podem influenciar a decisão do Copom:
* A taxa de juro real está em aproximadamente 10% ao ano, considerada elevada por especialistas, especialmente considerando a atividade econômica mais fraca e a inflação dentro do limite superior da meta de 4,50%.
* O Banco Central revisou sua projeção para o IPCA deste ano de 4,6% para 4,4%, ficando abaixo do teto da meta e alinhado com as projeções do mercado. Para o segundo trimestre de 2027, a estimativa passou de 3,3% para 3,2%.
* A deterioração do quadro fiscal entrou no radar dos agentes financeiros, com medidas como a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que permite abatimento da meta fiscal de até R$ 10 bilhões para aporte do Tesouro Nacional aos Correios.