Uma pesquisa encomendada pela Associação Mineira de Municípios (AMM) revelou uma significativa oposição à privatização da Copasa. O estudo, realizado pelo Instituto Opus entre 31 de outubro e 6 de novembro, abrangeu todas as regiões de Minas Gerais e mostrou que 57% dos moradores são contrários à venda da companhia.
De acordo com o levantamento, apresentado pelo presidente da AMM e prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão, 31% dos mineiros manifestaram aprovação à privatização, enquanto 13% não souberam responder.
A privatização da Copasa está em fase avançada de tramitação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), tendo sido aprovada em primeiro turno. Atualmente, o projeto encontra-se na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO). A AMM já anunciou que apresentará emendas ao texto antes da votação em segundo turno e solicitou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) informações sobre os impactos da privatização nos municípios.
O processo de privatização da Copasa ganhou impulso com o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que permite a privatização e federalização de ativos como forma de quitar a dívida com a União. O projeto faz parte de um conjunto mais amplo de privatizações planejadas pelo governo Zema, que inclui também a Gasmig e a Cemig.
O Propag estabelece um refinanciamento da dívida estadual em 30 anos, com possibilidade de redução dos juros. Atualmente, os juros são calculados pelo IPCA mais 4% ao ano. Com a amortização de 20% do estoque da dívida, objetivo que poderia ser alcançado com a venda da Copasa, o estado conseguiria reduzir dois pontos percentuais dessa taxa adicional.
Vale ressaltar que a tramitação do PL 4.380/2025 foi precedida por intensos debates sobre a PEC 24/2023, também de autoria do governador Zema, que eliminou a necessidade de referendo popular para autorizar a privatização da companhia.