Caso Alice: agressão que matou mulher trans foi motivada por gorjeta de R$ 2,20, diz polícia

Caso Alice: agressão que matou mulher trans foi motivada por gorjeta de R$ 2,20, diz polícia

Polícia Civil de Minas Gerais conclui que suspeitos agrediram mulher trans por não receberem R$ 2,20 de gorjeta em bar de Belo Horizonte

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu a investigação sobre a morte de Alice Martins Alves, mulher trans que foi perseguida e espancada em outubro deste ano. O motivo do crime, segundo as autoridades, foi o não pagamento de uma gorjeta de R$ 2,20, referente a uma conta de R$ 22 em um estabelecimento conhecido como Bar Rei do Pastel.

Dois funcionários do estabelecimento, que trabalhavam como garçons, foram identificados como os principais suspeitos do crime. A investigação revelou detalhes importantes sobre o caso através de um pedido de prisão preventiva enviado à Justiça em 13 de novembro, quatro dias após o falecimento da vítima.

Durante as investigações, o gerente do estabelecimento prestou depoimento afirmando que era comum clientes saírem sem pagar a conta e que os funcionários não eram orientados a perseguir consumidores inadimplentes. Ele ressaltou que os valores não pagos não eram descontados dos salários dos garçons, apenas não recebiam a porcentagem de 10% referente à gorjeta.

O caso ganhou novos desdobramentos após a morte de Alice:

* A PCMG enviou pedido de prisão preventiva dos suspeitos ao 1º Tribunal Sumariante do Tribunal do Júri de Belo Horizonte em 13 de novembro
* No dia seguinte, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) manifestou-se favoravelmente à medida liminar
* Após o indeferimento pela Justiça, o MPMG apresentou recurso sobre a decisão em 26 de novembro

O MPMG destacou em sua manifestação: “A frieza dos investigados, que, segundo o gerente, retornaram ao trabalho “calmamente” após o crime, e a própria natureza bárbara do delito indicam que quaisquer medidas cautelares diversas da prisão são inadequadas e insuficientes”.

O órgão também ressaltou que embora o laudo pericial inicial não indicasse risco de vida, este foi realizado antes do óbito de Alice, que ocorreu em 09 de novembro por sepse resultante de perfuração intestinal causada por fragmento de costela fraturada durante a agressão.

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