O Banco Central apresentou uma significativa redução em sua estimativa sobre o risco de a inflação ultrapassar o teto da meta em 2025. De acordo com o Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado nesta quinta-feira, 18, a probabilidade caiu de 71% para 26%. A chance de o IPCA ficar abaixo do piso de 1,50% permanece zerada.
A partir deste ano, houve uma mudança importante no sistema de metas de inflação, que passou a ser contínua, sendo calculada com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro da meta está estabelecido em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
* O primeiro descumprimento da meta ocorreu em 10 de julho, quando o IBGE divulgou que o IPCA atingiu 5,35% em 12 meses, permanecendo acima do teto de 4,50% pelo sexto mês consecutivo
* Em resposta, o Banco Central enviou uma carta aberta ao ministro Fernando Haddad, projetando que a inflação acumulada em 12 meses deve recuar abaixo do teto da meta no final do primeiro trimestre de 2026
* Para 2026, a probabilidade de ultrapassar o teto da meta foi ajustada de 26% para 23%, enquanto a chance de ficar abaixo do piso aumentou levemente de 6% para 7%
* Em relação a 2027, o risco de estouro do teto diminuiu de 17% para 16%, com a probabilidade de ficar abaixo do piso subindo de 11% para 12%
As projeções do Banco Central indicam um IPCA de 4,4% em 2025, seguido por 3,5% em 2026 e 3,1% em 2027. Para o segundo trimestre de 2028, última previsão disponível, a expectativa é de uma inflação em 3,0%, alinhada com o centro da meta.
A redução significativa na probabilidade de estouro da meta inflacionária para 2025 reflete uma perspectiva mais otimista do Banco Central em relação ao controle da inflação nos próximos anos, embora ainda existam desafios a serem superados para alcançar a convergência total ao centro da meta.