O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), realizou nesta terça-feira (23) um balanço de seu primeiro ano à frente da Prefeitura, com foco especial na questão do transporte público. Durante entrevista à Rádio Itatiaia, o prefeito defendeu enfaticamente a manutenção do subsídio municipal ao transporte coletivo, alertando que sem este apoio financeiro, a tarifa de ônibus poderia ultrapassar R$ 10.
“O subsídio tem que continuar. Se a prefeitura não arcar com o subsídio, esse dinheiro vai ser pago por alguém. Tem um contrato a ser cumprido e, nesse caso, quem vai pagar é a população. A nossa passagem passaria de R$ 10, para se ter uma ideia”, declarou Damião durante a entrevista.
A discussão sobre o subsídio ganhou ainda mais relevância após a implementação do programa Catraca Livre em dezembro, que oferece transporte gratuito aos domingos e feriados. Esta iniciativa surgiu como alternativa à proposta de Tarifa Zero, que previa gratuidade total no sistema e foi rejeitada pela Câmara Municipal em outubro.
Pontos principais abordados pelo prefeito:
* A Prefeitura atualmente subsidia aproximadamente R$ 800 milhões por ano ao sistema de transporte coletivo, evitando que a tarifa seja praticamente dobrada
* Houve melhorias na qualidade do serviço, com intensificação da fiscalização através da ação “tolerância zero”, incluindo monitoramento de garagens, pontos de ônibus e cumprimento de horários
* O programa Catraca Livre foi viabilizado através de parceria com a Câmara Municipal, que devolveu cerca de R$ 70 milhões do orçamento
* A implementação da Tarifa Zero em tempo integral foi descartada por ser financeiramente inviável sem apoio federal
Sobre a qualidade do transporte, Damião ressaltou as melhorias implementadas: “Tem melhorado. O que estamos cobrando com muito rigor é a ação tolerância zero. Temos equipes da BHTrans e da Sumob que fiscalizam as garagens, os pontos de ônibus, os embarques e desembarques do Move. Estamos cobrando muito os horários, não admitimos mais ônibus atrasando. Ônibus sair quebrado também não pode”.
O prefeito esclareceu que a ampliação da gratuidade para todos os dias da semana não é viável sem apoio financeiro externo: “Nós criamos o “Catraca Livre” em parceria com a Câmara dos Vereadores, que devolveu R$ 70 milhões este ano. O “Tarifa Zero” é outra coisa, conversamos com o governo federal, sem esse apoio não tem a possibilidade de colocar ônibus de graça em uma capital de estado todos os dias”.