O músico Lô Borges, figura icônica do Clube da Esquina e torcedor declarado do Cruzeiro, recebeu diversas homenagens durante seu velório realizado nesta terça-feira (4) no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. O artista faleceu no domingo (2) aos 73 anos, devido a uma falência múltipla de órgãos.
Entre as demonstrações de respeito e carinho, destacaram-se a bandeira do clube celeste sobre o caixão e uma coroa de flores enviada pela agremiação, simbolizando a forte conexão entre o músico e o time do coração.
A relação de Lô Borges com o Cruzeiro ia além da simples torcida. Em entrevista à Revista do Cruzeiro em 1996, o artista revelou como o clube influenciava sua criação musical: “Chegou a influenciar sim. Eu tinha grandes prazeres com o Cruzeiro e eu tentava transformar aquilo em música. Eu não cheguei a fazer nenhuma música especificamente para o Cruzeiro, mas cada alegria que o time me dava era um motivo para pegar o violão e criar uma coisa nova”.
Um dos sonhos não realizados do músico era ver uma faixa no Mineirão com os dizeres “Trem Azul”, nome de uma de suas canções mais famosas. Em suas próprias palavras: “Até cobro dos cunhados mais novos, o pessoal da nova geração, o pessoal que frequenta mesmo o Mineirão e cria torcida. Tem uma música minha chamada Trem Azul, que foi gravada pela Elis Regina, pelo Tom Jobim, que seria um ótimo nome para torcida organizada do Cruzeiro”.
O artista mineiro estava internado no Hospital Unimed, em Belo Horizonte, desde 18 de outubro, tratando um quadro de intoxicação medicamentosa. Lô Borges deixa um filho, Luca Borges, de 27 anos, cinco irmãos – Márcio, Telo, Marilton, Nico e Yé – e um legado musical inestimável para a cultura brasileira.