A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) recebeu uma avaliação de R$ 33,36 bilhões, conforme divulgado nesta sexta-feira (14) por consultoria independente contratada pela estatal. Esta avaliação representa um marco significativo nas discussões sobre a adesão de Minas Gerais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).
O valor estabelecido pelas instituições financeiras Goldman Sachs e Rothschild & Co corresponde a aproximadamente 19% do total da dívida de R$ 175 bilhões que Minas Gerais possui com a União. Este percentual se aproxima dos 20% necessários para que o estado obtenha benefícios significativos no parcelamento da dívida.
Pontos importantes sobre o processo de avaliação e suas implicações:
* A federalização da Codemig foi aprovada pela Assembleia em julho, com a expectativa de que a empresa, por si só, pudesse atingir ou se aproximar do valor necessário para redução dos juros no âmbito do Propag.
* O conhecimento do valor da Codemig era uma das principais demandas da oposição ao governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia, visando avaliar se apenas sua federalização seria suficiente para a adesão ao Propag.
* Na última quinta-feira (6), o Governo de Minas anunciou sua adesão ao Propag, surpreendentemente sem incluir a Codemig na lista de ativos, mas incluindo a Codemge.
Uma mudança significativa foi realizada no quadro societário, alterando a distribuição acionária da seguinte forma:
* O Governo de Minas aumentou sua participação na Codemig de 49% para 95%
* A participação da Codemge foi reduzida de 51% para 5%
A Codemge, avaliada em R$ 4,59 bilhões, teve incluídos apenas os 5% que possui da Codemig, representando R$ 1,684 bilhão. O governo estadual mantém a possibilidade de ajustar esses percentuais caso seja necessário atingir o pagamento de 20% da dívida com a União, embora a atual configuração da lista já apresente quase o triplo do valor necessário para este objetivo.
A divulgação desta avaliação representa um momento crucial nas negociações entre o estado e a União, estabelecendo parâmetros claros para as futuras decisões sobre o gerenciamento da dívida estadual.