O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou projeto de lei que determina a divulgação completa dos arquivos governamentais sobre Jeffrey Epstein, financista condenado por crimes sexuais que morreu em 2019. A medida estabelece prazo de 30 dias para o Departamento de Justiça liberar todas as informações relacionadas às investigações sobre Epstein, com exceção de dados que possam comprometer investigações em andamento ou violar privacidade.
O projeto recebeu amplo apoio bipartidário, sendo aprovado por 427 votos a 1 na Câmara dos Representantes e por unanimidade no Senado. Trump, que inicialmente se opunha à divulgação, mudou de posicionamento após pressão de vítimas e membros do Partido Republicano.
Principais pontos sobre a divulgação dos arquivos:
* Os documentos incluirão transcrições de entrevistas com vítimas e testemunhas, além de materiais apreendidos nas propriedades de Epstein
* Serão liberadas comunicações internas do Departamento de Justiça, registros de voos e nomes de pessoas e entidades vinculadas ao financista
* A procuradora-geral Pam Bondi terá autoridade para reter informações que possam comprometer investigações federais ativas ou identificar vítimas
* Os arquivos são diferentes das 20 mil páginas já divulgadas pelo Congresso, que incluíam mensagens de 2018 onde Epstein afirmava sobre Trump: “Eu sou o único capaz de derrubá-lo”
Trump, que admite ter sido amigo de Epstein até o início dos anos 2000, nega qualquer irregularidade e atribui as conexões com o financista aos democratas. “Os democratas eram amigos de Epstein, todos eles”, declarou Trump a jornalistas.
A família de Virginia Giuffre, vítima de Epstein que morreu por suicídio este ano, celebrou a sanção do projeto como “fenomenal”. Sky e Amanda Roberts, irmão e cunhada de Giuffre, afirmaram: “À medida que olhamos para o próximo capítulo, seguimos vigilantes. Esse trabalho não terminou. Cada nome deve ser revelado, independentemente de poder, riqueza ou filiação partidária”.
Epstein, que foi encontrado morto em sua cela em Nova York em 2019, mantinha conexões com diversas figuras influentes, incluindo Andrew Mountbatten Windsor, irmão do rei Charles 3º, Bill Clinton e Steve Bannon. Recentemente, Larry Summers, ex-presidente da Universidade Harvard, afastou-se de suas funções docentes devido a investigações sobre suas ligações com Epstein.