O uso indevido de Tadalafila como pré-treino em academias brasileiras tem gerado preocupação crescente entre médicos e especialistas. A morte recente de um jovem de 23 anos em Feira de Santana (BA), após utilizar o medicamento antes de jogar futebol, reacendeu o alerta sobre os perigos dessa prática.
O medicamento, desenvolvido originalmente para tratar disfunção erétil, tem sido utilizado de forma inadequada por frequentadores de academia em busca de melhor vascularização e aparência muscular. Segundo o Dr. Flavio Machado, fundador do Instituto Homem, “a tadalafila foi desenvolvida para tratar disfunção erétil, não para aumentar performance em atividades físicas”.
* As vendas de Tadalafila triplicaram no Brasil entre 2020 e 2024
* No primeiro semestre de 2024, foram comercializadas mais de 31 milhões de caixas
* O medicamento se tornou um dos três mais vendidos do país, atrás apenas da losartana e metformina
* Grande parte das vendas não está relacionada a prescrições médicas, mas ao uso recreativo
* O medicamento age como vasodilatador, podendo sobrecarregar o sistema cardiovascular durante exercícios
* Possíveis consequências incluem queda brusca de pressão, arritmias, desmaios e parada cardíaca
* Outros efeitos colaterais: dores de cabeça intensas, tontura, taquicardia e falta de ar
* Pessoas com condições cardíacas preexistentes correm riscos ainda maiores
O Dr. Flavio Machado enfatiza que “é como acelerar um carro sem freio. O corpo perde o controle, e o risco é ainda maior em quem nunca fez um check-up cardiológico”.
Além dos riscos físicos, existe também a preocupação com a dependência psicológica. Alguns usuários desenvolvem a crença de que só conseguem bom desempenho nos treinos com o uso do medicamento, o que pode gerar ansiedade de performance.
A alternativa segura, segundo os especialistas, está em métodos naturais: sono de qualidade, treino orientado por profissionais, alimentação balanceada e acompanhamento médico regular. “A saúde não tem atalho. O uso sem orientação médica pode ser fatal”, alerta Dr. Flavio.
Os especialistas recomendam que pessoas que já utilizam a medicação sem prescrição busquem avaliação médica imediata e realizem exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e dosagens hormonais.