Partidos de esquerda protocolaram uma petição urgente no Supremo Tribunal Federal (STF) em resposta à megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro agentes de segurança. O documento foi direcionado ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”.
PT, PSOL e PCdoB apresentaram a ação solicitando medidas emergenciais para garantir a transparência nas investigações e o acesso das famílias às vítimas. O documento destaca um cenário crítico no Instituto Médico Legal e aponta graves violações dos direitos humanos.
Pontos principais da petição:
* A operação resultou em mais mortos do que detidos, com 121 óbitos registrados contra 113 prisões efetuadas
* Houve apreensão desproporcional de armamentos: 91 fuzis e apenas 2 pistolas foram recolhidos
* O IML encontra-se em situação crítica, com relatos de superlotação e corpos expostos ao ar livre
* Existem denúncias de decapitações, corpos amarrados e ferimentos por tiros na nuca e costas
* Agentes do BOPE foram acusados de realizar um “cortejo em tom de deboche” em frente ao IML, enquanto familiares aguardavam informações
A operação, executada nos complexos da Penha e do Alemão, é considerada uma das mais letais da história do estado do Rio de Janeiro. O governo fluminense defendeu a ação como uma resposta necessária ao avanço do crime organizado e ao domínio territorial exercido por facções armadas na região.
A decisão sobre os pedidos de urgência e possível intervenção nas investigações está agora nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, que deverá avaliar as medidas solicitadas pelos partidos.