A gigante asiática do comércio eletrônico Shein inaugurou sua primeira loja física permanente no mundo em Paris, em meio a protestos e polêmicas. A abertura acontece enquanto a empresa enfrenta sanções administrativas e uma investigação judicial pela venda de bonecas sexuais com aparência infantil.
A inauguração na tradicional loja de departamentos BHV ocorre em um momento delicado para a empresa, que já recebeu multas totalizando € 191 milhões na França este ano. A situação é tão tensa que policiais patrulham a entrada do estabelecimento desde terça-feira.
* A Shein enfrenta múltiplas controvérsias na França:
– É alvo de investigação do Ministério Público de Paris por difusão de mensagens violentas e pornográficas
– Está sob escrutínio de um projeto de lei contra a fast fashion
– Será convocada por uma comissão de informação da Assembleia Nacional
– Recebeu acusações de venda de produtos de má qualidade e potencialmente perigosos
* O impacto no mercado francês tem sido significativo:
– Doze marcas francesas anunciaram sua saída do BHV em protesto
– As Galerias Lafayette do interior da França desistiram de parcerias planejadas com a Shein
– Representantes do setor têxtil francês expressaram fortes críticas desde o anúncio da inauguração
A chegada da plataforma, fundada em 2012 na China e atual sediada em Singapura, evidencia as tensões em torno da regulamentação do comércio online. Apesar das controvérsias, o BHV defende a parceria como estratégica para relançar suas vendas.
O cenário reflete uma transformação mais ampla no varejo francês. Em 1920, o país contava com 850 lojas de departamentos, número que hoje se reduziu para apenas 80. Mesmo com o aumento no volume de roupas compradas, os gastos dos franceses com produtos têxteis permaneceram estagnados, enquanto a Shein continua atraindo consumidores com seus preços baixos, apesar de sua controversa pegada ecológica.