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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), causou novo desentendimento com o Ministério da Justiça e a Polícia Federal ao divulgar publicamente nas redes sociais a transferência de sete líderes do Comando Vermelho para penitenciárias federais de segurança máxima.
A divulgação gerou descontentamento entre membros do Ministério da Justiça e da PF, que tradicionalmente mantêm discrição total em operações dessa natureza. A principal preocupação é com a segurança dos agentes envolvidos e o risco de alertar integrantes das facções criminosas.
Em suas publicações nas redes sociais, Cláudio Castro declarou ter obtido as vagas nos presídios federais “depois de procurar o Ministério da Justiça” e comemorou a ação como mais uma etapa no combate ao crime organizado. “Não vamos permitir que o Rio de Janeiro vire um resort do crime”, afirmou o governador em sua postagem.
Fontes internas do Ministério da Justiça e da Polícia Federal expressaram insatisfação com a postura do governador e com a divulgação de imagens da transferência dos detentos nos canais oficiais do governo fluminense.
Este episódio intensifica o clima de tensão já existente entre o Palácio Guanabara e o governo federal. Em outubro, durante uma megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, Cláudio Castro havia acusado o Ministério da Justiça de “deixar o Estado sozinho” no combate ao tráfico, alegação que foi publicamente contestada pela pasta, que afirmou ter atendido todas as solicitações do Rio para atuação da Força Nacional.
