Motoristas protestam contra violência em Lima

Motoristas protestam contra violência em Lima

Paralisação contra extorsão e assassinatos mobiliza empresas de transporte na capital peruana, onde já foram registrados 102 homicídios em 2024

As empresas de transporte de Lima realizaram uma paralisação significativa nesta terça-feira (4) em protesto contra a extorsão do crime organizado e os assassinatos de motoristas. A situação crítica levou o governo peruano a declarar estado de emergência na capital.

A manifestação foi desencadeada após o assassinato de dois motoristas na semana anterior, conforme explicou Miguel Palomino, presidente da Associação Nacional de Motoristas, à AFP: “A paralisação se deve à morte de dois motoristas e aos ataques a empresas que continuam sendo extorquidas”.

Principais acontecimentos do protesto:

* Motoristas paralisaram suas atividades em diversos distritos de Lima, bloqueando ruas importantes com ônibus sob forte esquema policial.

* Os manifestantes exibiram cartazes em seus veículos com mensagens como “Unidos contra a extorsão, chega de mortos”, além de fitas pretas e fotos dos motoristas assassinados.

* A crise de segurança resultou na destituição da presidente Dina Boluarte em 10 de outubro, sendo sucedida por José Jerí, que decretou estado de emergência em 22 de outubro.

Cenário de violência:

* Em 2024, Lima registrou 102 homicídios relacionados à extorsão, tendo mototaxistas e motoristas como principais vítimas, segundo dados do Indaga, observatório do Ministério da Justiça.

* Organizações criminosas, incluindo Los Pulpos, La Jauría, Los Injertos del Norte e o Tren de Aragua, exigem pagamentos mensais de até 50.000 soles (aproximadamente 80 mil reais) das empresas de transporte.

* Entre janeiro e outubro, ao menos 50 motoristas foram assassinados, conforme dados da Anitra, principal entidade do setor que representa 460 empresas em Lima e Callao.

A situação em Lima tem se agravado significativamente. Entre janeiro e setembro, o país registrou 20.705 denúncias de extorsão, representando um aumento de 28,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As empresas que se recusam a pagar as extorsões sofrem ataques violentos, com criminosos atirando contra os veículos, mesmo com passageiros a bordo.

O governo respondeu à crise enviando militares às ruas para reforçar o controle policial, uma medida que faz parte do decreto de estado de emergência em vigor desde outubro.

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