Manifestantes protestam em BH contra fim do referendo para venda da Copasa

Manifestantes protestam em BH contra fim do referendo para venda da Copasa

Protesto pressiona deputados antes da votação em segundo turno, marcada para quarta-feira. Governo defende venda da estatal para pagar dívida do estado

Manifestantes se reuniram na manhã deste sábado (1º/11) na Praça Raul Soares, região Centro-Sul de Belo Horizonte, para protestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, conhecida como “PEC do referendo”, que visa eliminar a obrigatoriedade de consulta popular para a privatização de estatais mineiras, incluindo a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

O protesto, iniciado às 9h, contou com a participação de diversos sindicatos e movimentos sociais, incluindo o Sindágua-MG e o Sind-UTE/MG, que se manifestaram contra a tentativa do governo Romeu Zema (Novo) de retirar da população o direito de decidir sobre a privatização da companhia.

* Os manifestantes ocuparam a praça com faixas, cartazes e carro de som, exibindo mensagens como “Não à privatização da Copasa”, “Pelo direito do povo decidir”, “Água é vida, a Copasa não pode ser vendida” e “Não à PEC do cala boca”.

* A PEC 24/2023 foi aprovada em primeiro turno pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) com 52 votos favoráveis e 18 contrários, após mais de dez horas de obstrução da oposição.

* O parecer final do relator, deputado Gustavo Valadares (PSD), já foi aprovado na Comissão Especial, preparando o texto para votação em segundo turno.

A privatização da Copasa faz parte da estratégia do governo Zema para viabilizar a adesão de Minas Gerais ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag). O plano busca condições mais vantajosas para o pagamento da dívida estadual, estimada em R$ 172 bilhões.

A Constituição mineira atual exige referendo popular para privatização de estatais, salvaguarda estabelecida durante o governo Itamar Franco nos anos 1990. Com a aprovação da PEC, essa decisão ficará exclusivamente nas mãos dos deputados estaduais.

Para a efetiva privatização da Copasa, ainda será necessária a aprovação de dois projetos de lei em tramitação na ALMG: o PL 4.380/2025, que estabelece as regras para negociação das ações, e o PL 4.552/2025, que trata da reestruturação da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae-MG).

O governo estadual defende que a venda da Copasa é fundamental para o equilíbrio das contas públicas e redução da dívida do estado, enquanto manifestantes e opositores argumentam pela importância da participação popular nessa decisão.

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