A Polícia Civil de Minas Gerais iniciou uma investigação sobre um possível esquema de desvio de armas de fogo na 1ª Delegacia do Barreiro, localizada no bairro Jardinópolis, em Belo Horizonte. O caso envolve servidores da própria instituição que teriam subtraído armamentos apreendidos em diversas ocorrências ao longo dos últimos meses.
O esquema foi descoberto durante uma ocorrência de rotina em Contagem, quando policiais identificaram uma inconsistência no sistema: uma arma apreendida constava como já tendo sido confiscada anteriormente e deveria estar sob custódia da instituição. Após essa descoberta, uma verificação mais ampla revelou outros casos de desvios de armamentos.
* A Polícia Civil ainda está contabilizando o número total de armas desaparecidas, mas fontes ligadas à investigação indicam que a quantidade é significativa
* As armas eram provenientes de apreensões diversas e foram sendo desviadas gradualmente ao longo do tempo
* Uma verificação do arsenal da unidade confirmou múltiplos casos de desvios de artefatos
O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol) relaciona o incidente à ausência de Centrais de Cadeia de Custódia no estado, estruturas que foram estabelecidas pelo “Pacote Anticrime” em 2019. Segundo Wemerson Oliveira, presidente do Sindpol: “Fato muito grave, porque essas armas não deveriam estar na delegacia. Até hoje a Polícia Civil não liberou a verba para a construção dessa central, que ficaria sob responsabilidade da perícia do Instituto de Criminalística”.
Até o momento da publicação desta reportagem, tanto a Polícia Civil quanto o governo de Minas Gerais não se manifestaram oficialmente sobre o caso ou sobre as alegações relacionadas à falta das Centrais de Custódia no estado.