Desvio de armas de delegacia de BH abasteceu facções criminosas, aponta investigação

Desvio de armas de delegacia de BH abasteceu facções criminosas, aponta investigação

Armas apreendidas foram desviadas por servidora e vendidas para o Terceiro Comando Puro (TCP); caso expõe vulnerabilidade no armazenamento de provas

Uma servidora pública foi presa sob suspeita de desviar aproximadamente 220 armas da Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, em Belo Horizonte. Vanessa de Lima Figueiredo, de 44 anos, funcionária concursada da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), é acusada de vender o armamento para facções criminosas, incluindo o Terceiro Comando Puro (TCP).

O esquema foi descoberto quando uma das armas que já constava como apreendida foi novamente confiscada em outra operação policial. As armas desviadas, segundo a Polícia Civil, são de baixo calibre e muitas consideradas obsoletas, tendo sido previamente apreendidas em operações e estavam sob custódia da delegacia.

Investigação em andamento

* O caso levantou preocupações sobre a infiltração do crime organizado nas estruturas policiais, conforme destacado pelo Sindpol-MG através de seu presidente, Wemerson Oliveira: “A grande preocupação nossa é que isso tenha voltado para a mão de organizações criminosas, sim, e que organizações criminosas estejam aliciando servidores internamente”.

* A Polícia Civil iniciou uma correição administrativa para investigar todas as irregularidades, conforme informado por Aloísio Daniel Fagundes, chefe da Assessoria de Comunicação: “Objetos apreendidos como mídias e documentos serão encaminhados para análise pela perícia técnica”.

* O TCP, facção que supostamente recebeu parte das armas, tem forte atuação na Cabana do Pai Tomás, comunidade próxima à delegacia onde ocorreram os desvios.

Posicionamento da defesa

A defesa de Vanessa de Lima Figueiredo, representada pelo advogado Lucas Furtado, argumenta que a prisão preventiva foi desproporcional. Segundo o advogado, “não há qualquer indício concreto no inquérito policial” que justifique a medida. Ele também afirma que os vídeos de segurança mostram apenas a servidora com sua bolsa pessoal em horários regulares de entrada e saída.

Especialistas apontam que o caso evidencia falhas na política de destinação de armas apreendidas. A professora Ludmila Ribeiro, do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp/UFMG), ressalta que a permanência prolongada de armas em depósitos aumenta o risco de desvio.

A investigação continua em curso para identificar o destino das armas desviadas e possível participação de outros servidores no esquema.

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