O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou uma significativa reestruturação organizacional que afetará suas operações globais nos próximos anos. A decisão, revelada nesta sexta-feira (21), inclui uma redução orçamentária de 17% e o corte de aproximadamente 2.900 postos de trabalho em tempo integral até 2026.
A presidente da organização, Mirjana Spoljaric, enfatizou que “o CICV continua comprometido em trabalhar na linha de frente dos conflitos, onde poucos outros podem operar”. No entanto, reconheceu que “a realidade financeira está nos forçando a tomar decisões difíceis para garantir que possamos continuar fornecendo assistência humanitária crucial para aqueles que mais precisam”.
* A Assembleia do CICV, composta exclusivamente por representantes suíços, aprovou o novo orçamento de 1,8 bilhão de francos suíços (equivalente a 11,89 bilhões de reais), representando uma redução de 17% em comparação ao ano anterior.
* Do total de 2.900 postos de trabalho que serão eliminados, aproximadamente um terço será realizado por meio de saídas voluntárias e não preenchimento de vagas existentes.
* A organização, que atualmente conta com mais de 18.000 colaboradores globalmente, implementará medidas para melhorar sua eficácia, racionalizar operações e diversificar sua base de doadores.
A decisão foi tomada em um contexto de diminuição das contribuições dos doadores para ajuda humanitária, apesar do aumento no número de conflitos mundiais. Spoljaric alertou que “não fazê-lo poderia acarretar ainda mais sofrimento”, ao mesmo tempo em que destacou a necessidade de maior apoio dos Estados.
De acordo com informações do site da organização, os principais contribuintes do CICV são governos, responsáveis por aproximadamente 82% dos orçamentos nos últimos cinco anos. A presidente enfatizou que, enquanto os orçamentos de defesa aumentam significativamente, os Estados precisam dedicar mais esforços e recursos à prevenção de conflitos, ao respeito às regras de guerra e à ajuda humanitária.
Apesar dos desafios financeiros, a Cruz Vermelha reafirmou seu compromisso em proteger e auxiliar pessoas afetadas por conflitos armados, buscando implementar medidas que garantam a continuidade de suas operações humanitárias essenciais.