Chile vai às urnas em meio a crise de segurança

Chile vai às urnas em meio a crise de segurança

Primeira eleição presidencial obrigatória desde 2012 ocorre em contexto de aumento da criminalidade e tensões migratórias, favorecendo candidatos conservadores

O Chile se prepara para sua primeira eleição presidencial obrigatória desde 2012, em um cenário marcado por crescentes preocupações com segurança e imigração. Aproximadamente 15 milhões de eleitores estão aptos a votar neste domingo, 16, com pesquisas indicando uma provável disputa entre um candidato da direita e a governista Jeannette Jara no segundo turno.

A criminalidade e a crise migratória emergiram como temas centrais da campanha, com dados da Atlas Intel revelando que 53,1% dos chilenos consideram a insegurança e o narcotráfico como principais problemas do país.

Panorama da Segurança

* O Chile, tradicionalmente um dos países mais seguros da América do Sul, tem registrado aumento em alguns índices de criminalidade. A taxa de homicídios subiu 42,8% desde 2016, passando de 4,2 para 6 casos por 100 mil habitantes.

* Sequestros apresentaram crescimento de 27,8% entre 2022 e 2024, enquanto roubos de celulares atingem cerca de 2 mil ocorrências diárias, totalizando aproximadamente 500 mil aparelhos por ano.

* A Fundação Paz Cidadã reporta que 24,3% dos chilenos demonstram alto temor à insegurança, mantendo-se acima de 20,5% desde 2022.

Cenário Eleitoral

* Jeannette Jara, do Partido Comunista, lidera com 26% das intenções de voto, seguida por José Antonio Kast (21%), Johanes Kaiser e Evelyn Matthei (ambos com 14%), e Franco Parisi (10%).

* Em um possível segundo turno, previsto para 14 de dezembro, projeções indicam que Jara seria derrotada por qualquer um dos três candidatos da direita.

A doutora Alejandra Bottinelli, da Universidade do Chile, pondera sobre a relação entre criminalidade e imigração: “É verdade que em certos tipos de delitos vemos uma maior participação de imigrantes, mas atribuir o crescimento da criminalidade a toda população imigrante, ilegal ou não, é uma visão distorcida. A maioria é trabalhadora e honesta”.

O cientista político Carlos Montecinos destaca que “a direita vai se unir, não importa quem vença (no primeiro turno), e haverá transferência de votos”, indicando uma provável consolidação do campo conservador no segundo turno.

A votação será obrigatória, com multa de até 104.313 pesos (aproximadamente R$ 534) para quem não comparecer às urnas, marcando uma mudança significativa no processo eleitoral chileno.

Mais notícias no N3 News

Participe do nosso canal no Whatsapp

Imagem N3 News
N3 News
O N3 News oferece notícias recentes e relevantes, mantendo os leitores atualizados em um mundo que está sempre em constante mudança. Mais do que um portal de notícias, temos como meta ser um parceiro confiável na busca pela informação precisa e imparcial.

RELACIONADAS