“Zema quer vender a Copasa na liquidação” sem que os mineiros possam decidir, acusa oposição

“Zema quer vender a Copasa na liquidação” sem que os mineiros possam decidir, acusa oposição

Proposta que dispensa realização de referendo popular para privatizar a Copasa está em debate na ALMG

Em meio ao debate sobre a PEC  que dispensa a realização de referendo popular para autorizar a privatização da Copasa e consequentemente facilitaria a venda da estatal, a oposição ao Governo Zema publicou uma “Carta ao Povo Mineiro” na qual acusa o governador de tentar vender a Copasa “na liquidação” e de “retirar dos mineiros o direito de decidir”.

A PEC alcança a fase de votação em Reunião Extraordinária no Plenário da ALMG nesta quinta-feira (23), às 18 horas.

LEIA A CARTA NA ÍNTEGRA

CARTA AO POVO MINEIRO: ZEMA QUER VENDER A COPASA NA LIQUIDAÇÃO E RETIRAR DOS MINEIROS O DIREITO DE DECIDIR

Esta carta carrega a indignação urgente de quem vê o patrimônio de Minas Gerais sendo colocado numa bandeja, enquanto o governo de Romeu Zema (Novo) trama para rasgar a Constituição e silenciar o povo mineiro, tirando-lhe o direito de decidir sobre o futuro da nossa água. Movido por uma obsessão privatista, e usando o pretexto do pagamento da dívida de Minas, Zema lança um foco implacável sobre a COPASA, a nossa empresa pública que gere a água e o saneamento. Isso está acontecendo agora. Se você não fizer nada, a Copasa poderá ser privatizada ainda neste mês de outubro!

Não se trata apenas do absurdo de vender uma empresa lucrativa, premiada em áreas como sustentabilidade, inovação e experiência do cliente, incluindo reconhecimentos da revista norte-americana Time. Trata-se de rasgar a Constituição Estadual, de pisotear um direito que conquistamos em 2001, quando o então governador Itamar Franco blindou o patrimônio de Minas Gerais com uma regra: SÓ O POVO DECIDE sobre nossa água e energia (Cemig, Copasa, Gasmig), por meio de referendo.

Agora, a PEC 24/2023 de Zema quer aniquilar esse direito sagrado! É a famigerada PEC do Cala Boca — uma afronta que encontrou a resistência de um povo que diz NÃO ao autoritarismo: todas as pesquisas já realizadas mostram que a população mineira quer exercer o seu direito de decidir sobre o futuro das nossas estatais.

Zema e seu partido realizam essa tenebrosa transação sem ao menos responder a perguntas básicas:

  • Por que, diante do adiamento dos prazos pelo decreto do Presidente da República, Minas Gerais acelera a privatização da Copasa?
  • O Governo Zema, que deveria ser responsável pela qualidade do serviço de água e esgoto — e tem até o presidente do Novo na assessoria da Copasa — alega que há reclamações no serviço. A solução é privatizar? O que pensa a população que hoje é atendida por serviços de água e esgoto privatizados, como no Rio de Janeiro, em São Paulo ou em cidades como Ouro Preto?
  • Como ficarão os acordos com as pequenas cidades, já que a lógica de mercado tende a priorizar o lucro em detrimento do interesse público e social?

Onde a privatização chegou, a experiência é clara: aumento abusivo das tarifas; piora na qualidade; menos investimento onde não há retorno rápido; exclusão social — o saneamento básico deixa de ser um direito e vira um luxo inacessível para as famílias de baixa renda; caos e apagões — a prioridade do serviço público é substituída pela prioridade do acionista.

A água precede a saúde pública, e a Copasa é o nosso instrumento para garantir que até o morador mais distante tenha acesso a este recurso vital.

Enquanto o mundo reestatiza e reconhece o fracasso da privatização dos serviços essenciais, Zema insiste em colocar Minas na contramão da história, entregando em saldão a nossa água e o nosso futuro aos seus “amigos empresários”. O pior: ele faz isso sem sequer revelar o real valor da Copasa.

E não para por aí! Zema quer vender a nossa água e também as preciosas áreas de preservação ambiental sob o controle da Companhia. Para concretizar esse crime, ele quer, urgentemente, calar a sua voz!


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João Macêdo
Jornalista formado pela Universidade Federal de Pernambuco, com experiência em redação, assessoria de imprensa e análise de dados.

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