O mercado financeiro internacional enfrenta nova onda de instabilidade após dois bancos regionais dos Estados Unidos, o Western Alliance e o Zions, anunciarem perdas significativas relacionadas a empréstimos sob suspeita de fraude. O episódio provocou forte reação nos mercados, com o índice VIX, conhecido como “índice do medo”, registrando alta de 20%.
A situação atual trouxe à tona memórias da crise bancária de 2023, quando instituições importantes como Silicon Valley Bank e First Republic entraram em colapso. Jamie Dimon, executivo do JPMorgan, resumiu o sentimento do mercado com a frase “quando se vê uma barata, provavelmente há outras”.
Em meio à turbulência, os investidores buscaram proteção em ativos considerados seguros:
* O ouro atingiu níveis recordes de valorização
* Houve forte demanda por títulos do Tesouro americano
* O VIX apresentou expressiva alta de 20%, sinalizando aumento da aversão ao risco
No cenário diplomático, destaca-se o encontro entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, classificado como “um começo auspicioso”. As negociações incluem interesse especial dos Estados Unidos em “terras raras”, com o Brasil planejando criar um conselho dedicado ao tema.
No âmbito doméstico, o governo brasileiro enfrenta desafios na recomposição da arrecadação após a derrota da Medida Provisória do IOF. O Banco Central mantém postura cautelosa, com o diretor Nilton David afirmando que “não há espaço para reagir a ruídos”.
O mercado de câmbio refletiu a instabilidade, com o dólar comercial oscilando entre R$ 5,52 e R$ 5,40. A aparente estabilidade mascara um equilíbrio delicado entre pressões externas, como juros globais e fluxos internacionais, e fatores internos, incluindo expectativas de ingresso de capital estrangeiro.
A situação atual demonstra a fragilidade do sistema financeiro internacional, com o Western Alliance no centro das atenções e gerando preocupações sobre possíveis desdobramentos sistêmicos no setor bancário.