O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou a possibilidade de redução das tarifas impostas sobre produtos brasileiros durante sua viagem à Malásia, onde se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro, marcado para domingo (26), representa uma tentativa de reaproximação entre os dois países após tensões comerciais.
A reunião bilateral será a primeira oficial desde que Trump chegou à Casa Branca e após a crise provocada pelas medidas comerciais americanas, que incluem uma sobretaxa de 50% em produtos brasileiros e sanções contra autoridades do país.
* Durante a Assembleia Geral da ONU em setembro, os presidentes tiveram um breve encontro onde relataram ter estabelecido uma “boa química”.
* No início de outubro, realizaram uma conversa telefônica de 30 minutos, articulada pelas equipes diplomáticas de ambos os países, onde Lula solicitou a reversão das sanções e da sobretaxa de 40% vigente desde agosto.
* Em resposta a questionamentos durante seu embarque para a Ásia, Trump indicou que a redução das tarifas é possível “sob as circunstâncias certas” e confirmou o encontro com Lula, declarando “Acredito que sim” aos jornalistas.
O governo americano justificou as medidas comerciais citando um suposto déficit econômico com o Brasil, contrariando dados oficiais, além de questões políticas relacionadas ao processo contra Jair Bolsonaro e alegadas preocupações com “direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”.
A agenda dos presidentes inclui participação em eventos com líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), aproveitando a oportunidade para discutir comércio e economia bilateral. Lula confirmou que pretende abordar todos os temas sem limitações, incluindo possíveis questionamentos sobre as ações americanas na Venezuela e Colômbia.
Em Brasília, existe a expectativa de que o diálogo contribua para a reorganização das relações bilaterais, que foram significativamente afetadas pelo pacote tarifário implementado por Trump.