O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mudou seu posicionamento sobre o conflito na Ucrânia e pediu que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, busque um acordo com a Rússia para encerrar a guerra. A declaração ocorreu após um encontro entre os líderes na Casa Branca, na sexta-feira (17).
A mudança de postura de Trump aconteceu um dia após concordar em se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, para uma nova cúpula em Budapeste. Nas redes sociais, Trump descreveu as conversas com Zelensky como “muito interessantes e cordiais”, mas enfatizou: “Disse a ele, como também sugeri enfaticamente ao presidente Putin, que é hora de parar a matança e chegar a um acordo.”
* Trump sugeriu que ambas as partes deveriam aceitar suas posições atuais no conflito, declarando: “Deveriam parar onde estão. Que ambos cantem vitória e que a História decida!”
* Zelensky chegou a Washington com expectativas de obter mísseis de cruzeiro Tomahawk, mas saiu sem garantias. O líder ucraniano admitiu ser “realista” quanto à possibilidade de receber as armas americanas.
* Em entrevista ao canal NBC, Zelensky comentou: “É bom que o presidente Trump não tenha declarado “não”, mas hoje (ele) também não disse “sim” para fornecer os Tomahawks a Kiev”.
Trump demonstrou otimismo após uma conversa telefônica de duas horas e meia com Putin, onde ambos concordaram com um encontro em Budapeste. “Com sorte, poderemos terminar a guerra sem pensar nos Tomahawk”, declarou ao receber Zelensky. No entanto, o presidente ucraniano discordou, avaliando que Putin “não está pronto” para a paz.
O Kremlin indicou que ainda existem “muitas perguntas” a serem resolvidas antes da reunião entre Putin e Trump, incluindo a composição das equipes negociadoras. A Hungria garantiu que facilitará a entrada de Putin no país, apesar do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
A posição de Trump sobre o conflito ucraniano tem sido marcada por mudanças significativas. Inicialmente próximo a Putin, o presidente americano teve momentos de tensão com Zelensky, incluindo um episódio em fevereiro durante uma reunião televisionada no Salão Oval. Atualmente, a Rússia ocupa cerca de um quinto do território ucraniano, com extensiva destruição causada pelos combates.
A guerra, descrita por Putin como uma “operação militar especial” para desmilitarizar a Ucrânia e impedir a expansão da Otan, é considerada por Kiev e seus aliados europeus como uma apropriação ilegal de território, resultando em dezenas de milhares de mortes civis e militares.