O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mudou significativamente seu discurso em relação à China, afirmando que os EUA desejam ajudar o país asiático, não prejudicá-lo. A declaração surge após ele ter anteriormente ameaçado impor tarifas de 100% sobre produtos chineses.
Em publicação na sua rede social Truth Social, Trump suavizou o tom das tensões comerciais ao elogiar o presidente Xi Jinping: “Não se preocupem com a China, vai ficar tudo bem! O altamente respeitado presidente Xi apenas teve um momento ruim. Ele não quer uma depressão para o seu país –e eu também não quero. Os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la”.
A mudança de postura ocorre após uma série de eventos que elevaram as tensões comerciais entre as duas potências:
* Na sexta-feira (10), Trump havia ameaçado aumentar “massivamente” as tarifas sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, criticando o monopólio de Pequim sobre as exportações de terras raras.
* O republicano acusou a China de adotar uma postura “extraordinariamente agressiva” ao anunciar controles de exportação em larga escala para praticamente todos os produtos fabricados no país, com implementação prevista para 2025.
* Em resposta às ameaças americanas, o Ministério do Comércio da China declarou que o país não teria “medo de brigar” com os EUA, destacando que os americanos possuem restrições sobre mais de 3 mil produtos, enquanto a China controla apenas 900 itens.
O ministério chinês também criticou os Estados Unidos por ampliarem “de forma abusiva o conceito de segurança nacional” e usar “indevidamente o controle de exportações”, adotando medidas discriminatórias contra a China, especialmente em relação a equipamentos e chips semicondutores.
A amenização do discurso de Trump teve impacto imediato nos mercados, provocando uma queda no valor do dólar. A moeda americana, que havia encerrado a semana anterior cotada a R$ 5,51, registrou uma desvalorização de 1,19%, chegando a R$ 5,45.