O Ministério do Comércio da China emitiu uma forte resposta às recentes declarações do presidente Donald Trump, afirmando que o país não teme uma guerra comercial com os Estados Unidos, mas também não deseja iniciá-la. A tensão escalou após Trump anunciar na sexta-feira (10) um aumento de 100% nas tarifas sobre produtos chineses.
“Ameaçar impor tarifas altas a qualquer momento não é a forma correta de lidar com a China. Nossa posição sobre guerras tarifárias é consistente: não queremos brigar, mas não temos medo de brigar. Se os EUA persistirem em agir unilateralmente, a China tomará medidas correspondentes para defender seus direitos e interesses legítimos”, declarou o ministério.
O conflito atual se intensificou quando Trump acusou a China de controlar a exportação de terras raras, um grupo de 17 minerais essenciais para a indústria, classificando a ação como “extremamente hostil” ao comércio mundial. Em resposta, o governo do presidente Xi Jinping argumenta que o controle é uma reação às próprias medidas americanas, destacando que os EUA possuem restrições de exportação sobre mais de 3 mil produtos, enquanto a China controla apenas 900 itens.
O Ministério do Comércio chinês enfatizou que “há muito tempo, os EUA ampliam de forma abusiva o conceito de segurança nacional e usam indevidamente o controle de exportações, adotando medidas discriminatórias contra a China e impondo jurisdição unilateral extraterritorial sobre diversos produtos, como equipamentos e chips de semicondutores”.
Pequim esclareceu que o controle não significa proibição e que países e órgãos internacionais foram devidamente notificados por meios bilaterais. O governo chinês também solicitou que os Estados Unidos “corrijam suas ações equivocadas” para preservar os avanços das negociações entre Trump e Xi Jinping.
Um encontro entre os dois líderes estava previsto para o final do mês durante a cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), na Coreia do Sul. No entanto, Trump ameaçou cancelar a reunião na última sexta-feira, aumentando ainda mais as tensões entre as duas potências econômicas.