Os trabalhadores da Copasa aprovaram em Assembleia Geral uma greve por tempo indeterminado em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023. A medida, que começará na próxima terça-feira (4 de novembro), visa contestar a eliminação da obrigatoriedade do referendo popular para a privatização da companhia.
O movimento grevista será realizado em todo o estado de Minas Gerais, com um ato unificado programado para o próximo sábado (1º), que contará com a participação de diversos sindicatos, incluindo professores e bancários, além de movimentos sociais.
Pontos principais da mobilização:
* A paralisação foi decidida em resposta à tramitação da PEC 24/2023, que teve sua primeira aprovação na madrugada da última sexta-feira (24) na Assembleia Legislativa.
* Eduardo Pereira, presidente do Sindágua-MG, enfatizou que a greve tem foco exclusivo na PEC: “Estamos em negociação salarial, mas não estamos colocando nada disso na negociação da greve. A greve é exclusivamente sobre a PEC 24/2023, não vamos misturar a nossa pauta.”
* O sindicato garante que, apesar da paralisação, os serviços essenciais de abastecimento de água e tratamento de esgoto não serão interrompidos.
A comissão especial responsável pela análise da proposta se reuniu nesta terça-feira (28), revelando uma importante alteração: a inclusão da Gasmig, companhia estatal de gás natural, no projeto junto à Copasa. Esta mudança foi apresentada no parecer do deputado estadual Gustavo Valadares (PSD).
O processo de tramitação continua em andamento, com a possibilidade de votação final já na próxima semana, caso sejam realizadas três reuniões diárias entre quarta e quinta-feira. A estratégia dos trabalhadores, segundo Eduardo Pereira, é replicar o sucesso dos protestos contra a PEC da Blindagem em nível federal, onde a pressão popular resultou em mudanças significativas no Congresso.