Taxa das blusinhas falha em gerar empregos no Brasil, diz estudo

Taxa das blusinhas falha em gerar empregos no Brasil, diz estudo

Estudo da LCA Consultores revela que a taxa de 20% sobre importações de baixo valor não impactou a geração de empregos no setor varejista

Um estudo conduzido pela LCA Consultores revelou que a chamada “taxa das blusinhas”, implementada há mais de um ano, não teve o impacto esperado na geração de empregos no Brasil. A medida, que estabeleceu uma alíquota de 20% sobre importações de até US$ 50 em plataformas de e-commerce internacionais, foi originalmente justificada como uma forma de proteger os empregos no país.

A análise demonstrou que o crescimento do emprego nos setores beneficiados pela taxa permaneceu estável, comparando os 12 meses anteriores e posteriores à implementação da medida em 1º de agosto de 2024. Os dados revelam um cenário ainda mais preocupante quando comparados à média nacional.

Principais pontos do estudo:

* O crescimento do emprego nos setores beneficiados ficou significativamente abaixo da média nacional, com apenas 0,97% de aumento tanto no comércio varejista quanto nas indústrias beneficiadas, enquanto a média nacional atingiu 3,04%

* A arrecadação federal aumentou R$ 265 milhões mensais (0,08% do total), porém os Estados registraram perdas de até R$ 258 milhões por mês na arrecadação do ICMS

* As importações via Remessa Conforme sofreram uma queda de quase 50%, impactando principalmente as classes C, D e E, caracterizando uma tributação regressiva

Eric Brasil, diretor da LCA Consultores, defendeu um modelo alternativo: “O modelo mais eficiente é aquele adotado por países desenvolvidos e de renda média: a isenção do imposto de importação para pequenas remessas, combinada à cobrança do imposto de consumo de forma isonômica em relação à produção nacional”.

André Porto, diretor-executivo da Amobitec, que encomendou o estudo, ressaltou a importância do comércio eletrônico: “Penalizar esse setor com medidas restritivas e mal calibradas é ir na contramão do desenvolvimento. É legítimo que o País debata mecanismos para fortalecer a indústria nacional, mas isso deve ser feito baseado em dados e com um diálogo aberto com os setores envolvidos”.

O estudo também destacou que a reforma tributária em curso pode trazer mudanças positivas, com a proposta de um IVA unificado e equilibrado entre setores e regiões. Atualmente, além do imposto de importação, os Estados cobram ICMS sobre as remessas internacionais, com alíquotas entre 17% e 20%.

Mais notícias no N3 News

Imagem N3 News
N3 News
O N3 News oferece notícias recentes e relevantes, mantendo os leitores atualizados em um mundo que está sempre em constante mudança. Mais do que um portal de notícias, temos como meta ser um parceiro confiável na busca pela informação precisa e imparcial.

RELACIONADAS