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O Complexo da Penha, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, foi palco de uma das operações policiais mais letais da história do estado. Na manhã de quarta-feira, 29, moradores da comunidade iniciaram a difícil tarefa de recolher corpos das vítimas da megaoperação realizada contra o Comando Vermelho no dia anterior.
Segundo informações da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, o número de mortos pode chegar a 132 pessoas após a operação. O último balanço oficial do governo do Rio, divulgado na tarde de terça-feira, 28, contabilizava 64 mortes, incluindo quatro policiais.
* O ativista Raull Santiago, diretor do Instituto Papo Reto, relatou através de suas redes sociais que aproximadamente 50 corpos foram encontrados por moradores em uma área de mata na Serra da Misericórdia durante a madrugada.
* Moradores locais, em estado de choque, prestaram depoimentos emocionados diante da fila de corpos. Uma moradora identificada como Jéssica declarou: “Ninguém nunca viu no Brasil o que está acontecendo aqui”.
* Em um desabafo contundente, Jéssica questionou as ações do governador: “Você mandou para fazer essa chacina. Isso aqui não foi operação, isso foi chacina”. Ela ainda acrescentou: “Você não aguentaria um dia do que o favelado vive. Aqui tem trabalhador, aqui tem guerreiro”.
O governador Cláudio Castro (PL) havia se pronunciado na terça-feira sobre a megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar, que contou com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro. No entanto, ainda não há confirmação oficial se os corpos encontrados na Serra da Misericórdia estão incluídos no número inicial de vítimas divulgado pelo governo.
Até o momento, tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro não se manifestaram sobre os novos corpos encontrados na região. A operação, que tinha como alvo integrantes do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, já é considerada a mais letal da história do Estado do Rio de Janeiro.
