O Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu uma nota oficial nesta quinta-feira criticando severamente as recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre possíveis operações militares na Venezuela. Trump revelou planos de expandir as operações militares no Caribe e autorizou a CIA a conduzir ações secretas contra o governo de Nicolás Maduro.
A legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou forte oposição às declarações de Trump, caracterizando-as como uma violação direta da soberania venezuelana e do Direito Internacional. O partido destacou especialmente sua preocupação com as seguintes ações:
* As operações secretas da CIA em território venezuelano, autorizadas diretamente por Trump, representando uma clara violação da soberania nacional
* O cerco militar imposto à Venezuela, que já resultou em 27 mortes devido a bombardeios de pequenas embarcações desde agosto
* A declaração de Trump no Salão Oval sobre considerar ataques terrestres, afirmando que “Certamente estamos pensando em terra agora, porque temos o mar sob controle”
* A recusa em utilizar abordagens diplomáticas, evidenciada quando Trump declarou que ações “politicamente corretas” através da Guarda Costeira “nunca funcionaram”
O comunicado do PT enfatizou que estas ações são “uma prática inadmissível, sem base legal e sem qualquer processo investigativo”, destacando que intervenções similares no passado “deixaram marcas de ingerências, ilegalidades, golpes, repressão e ditaduras sangrentas no subcontinente”.
Em resposta às ameaças americanas, o presidente venezuelano Nicolás Maduro, durante evento do Conselho Nacional pela Soberania e Paz, afirmou que “não haverá mudança de regime na Venezuela, como aconteceu no Afeganistão e na Líbia, nem golpe de estado, como a CIA promoveu no Chile ou na Argentina”.
O governo americano justifica suas ações navais no Caribe como operações de combate ao narcotráfico, acusando Maduro de liderar redes de tráfico de drogas. Desde agosto, estas operações resultaram no bombardeio de cinco embarcações pequenas, ações que Caracas denomina como “execuções extrajudiciais”.