O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, solicitou a reabertura do inquérito que investiga a suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. O caso, anteriormente arquivado em 2022, volta à tona após pedido de manifestação do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal.
A investigação teve início após denúncias feitas pelo então ministro da Justiça, Sérgio Moro, em 2020, que alegou tentativas de interferência na autonomia da Polícia Federal por parte de Bolsonaro. O caso ganhou novos contornos com possíveis conexões a outras investigações em andamento.
Principais pontos do caso:
* A tentativa de Bolsonaro de nomear Alexandre Ramagem, atual deputado federal, para o comando da PF, cargo ocupado pelo delegado Maurício Valeixo, indicado por Moro
* O episódio resultou na demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e sua subsequente denúncia sobre as interferências
* Ramagem acabou sendo direcionado para a chefia da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), órgão que posteriormente foi acusado de monitorar adversários políticos
A PGR indica a necessidade de verificar com maior amplitude as possíveis interferências relatadas, especialmente considerando o “uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”. A investigação pode se conectar com outros casos em andamento, incluindo o inquérito da “Abin paralela”, que envolve Carlos Bolsonaro.
Paulo Gonet destaca em sua manifestação possíveis vínculos entre a tentativa de interferência na PF e as investigações sobre uma organização criminosa responsável por ataques sistemáticos a autoridades e ao sistema eleitoral, além do uso irregular das estruturas da Abin e do GSI.
O caso, que estava encerrado desde o final de 2022 após a PF concluir não haver indícios de crimes, agora será reanalisado sob nova perspectiva, considerando as conexões com outros inquéritos e possíveis desdobramentos relacionados à estrutura do Estado.