O governo interino do Peru declarou estado de emergência em Lima e Callao por 30 dias para combater a crescente onda de violência e extorsões atribuída ao crime organizado. A medida, anunciada pelo presidente José Jerí, representa uma resposta significativa ao aumento alarmante da criminalidade na região metropolitana.
A decisão permite o destacamento das forças armadas para patrulhamento nas ruas e possibilita a restrição de certas liberdades públicas, como o direito de reunião e a inviolabilidade de domicílio. Esta ação governamental afeta diretamente mais de 10 milhões de habitantes das duas cidades.
* O estado de emergência entrará em vigor à meia-noite de quarta-feira, marcando a primeira ação significativa do novo governo em suas duas semanas no poder.
* A capital peruana já havia experimentado uma situação similar entre março e julho, após o assassinato de um popular cantor de cúmbia por assassinos de aluguel.
* As manifestações recentes, principalmente lideradas por jovens, resultaram em confrontos violentos próximos à sede do Congresso, com um morto e mais de 100 feridos.
A situação da segurança pública no Peru tem se agravado significativamente. As denúncias de extorsão aumentaram 540%, passando de 2.396 em 2023 para 15.336 em 2024, com Lima liderando essas estatísticas, segundo dados oficiais.
“Compatriotas, a delinquência cresceu de maneira desmesurada nos últimos anos, causando enorme dor a milhares de famílias e também prejudicando o progresso do país”, declarou Jerí em sua mensagem televisiva.
A medida surge após protestos massivos contra a insegurança, o Congresso e o governo recém-instalado, demonstrando a urgência em abordar a crescente preocupação da população com a violência urbana, que se tornou a principal inquietação dos cidadãos peruanos.