Argentina e Paraguai implementaram medidas extraordinárias de segurança em suas fronteiras em resposta à possível movimentação de membros do Comando Vermelho após uma grande operação policial no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada como medida preventiva após alerta emitido pelo Comando Tripartite da Tríplice Fronteira.
A secretária de Segurança Nacional da Argentina, Alejandra Monteoliva, recebeu um ofício determinando o aumento do efetivo das tropas federais na fronteira com o Brasil. No documento, os integrantes do Comando Vermelho são classificados como narcoterroristas, e há orientação para estabelecer uma atuação conjunta entre as autoridades policiais dos três países.
O Conselho de Defesa Nacional (Codena) do Paraguai também emitiu um comunicado reforçando as medidas de controle migratório. O objetivo é impedir que membros da facção criminosa que fugiram da Operação Contenção, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, busquem refúgio no país.
A operação policial que desencadeou estas ações foi uma das mais letais da história do Rio de Janeiro:
* Mobilizou 2,5 mil policiais civis e militares
* Resultou em aproximadamente 120 mortes, incluindo quatro policiais
* Culminou em 113 prisões, sendo 33 de pessoas de outros estados
* Apreendeu 118 armas e uma tonelada de drogas
* Tinha como meta cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão
Os confrontos geraram pânico na cidade do Rio de Janeiro, provocando o fechamento de vias principais, escolas, comércios e postos de saúde. Organizações de direitos humanos e familiares das vítimas denunciam a operação como uma “chacina”, com relatos de corpos encontrados com sinais de execução.
Brasil, Argentina e Paraguai mantêm um acordo de cooperação policial através do Comando Tripartite da Tríplice Fronteira, que serve como base para as ações coordenadas de combate ao crime organizado na região.