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Jorge Messias, atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), emerge como favorito para ocupar a vaga que será aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. No entanto, sua indicação enfrenta resistência de ministros da própria corte, que articulam em favor do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A movimentação em torno da sucessão se intensificou no segundo semestre de 2025, próximo ao término do mandato de Barroso na presidência do tribunal. O cenário político se desenha da seguinte forma:
* Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Flávio Dino lideram o grupo de apoio a Pacheco, contando também com a simpatia de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Uma reunião crucial ocorreu no Palácio da Alvorada, onde o presidente Lula discutiu a sucessão com diversos ministros.
* A tensão escalou em julho, quando o governo decidiu contestar judicialmente a derrubada do decreto sobre o IOF pelo Congresso Nacional. Mesmo com Messias sendo o interlocutor natural como chefe da AGU, ministros do STF articularam para que Pacheco assumisse esse papel.
* O senador mineiro fortaleceu sua posição ao participar do Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pelo instituto de Gilmar Mendes, onde dividiu painel com Alexandre de Moraes. Foi durante este evento que ministros tentaram promover Pacheco como mediador entre os poderes.
Apesar das articulações contra Messias, governistas mantêm confiança em seu nome. Sua atuação é vista como eficiente e discreta, especialmente após seu papel decisivo na defesa do STF durante as sanções impostas pelo governo Trump. Messias colocou a AGU à disposição de Moraes para questionar a Lei Magnitsky e coordenou ações nos Estados Unidos.
Pacheco, por sua vez, construiu forte relacionamento com o Judiciário durante sua presidência do Senado. Alexandre de Moraes mantém encontros semanais com o senador, frequentemente acompanhados por Davi Alcolumbre. Gilmar Mendes chegou a declarar publicamente seu apoio a Pacheco, afirmando que “a Corte precisa de pessoas corajosas e preparadas juridicamente e o senador Pacheco é o nosso candidato”.
Aliados de Lula, no entanto, apostam no favoritismo de Messias, ressaltando que o presidente elogia sua combatividade e lealdade. Outros nomes como Bruno Dantas, do TCU, e Wellington César Lima e Silva, da Petrobras, também são mencionados como possíveis candidatos, além da pressão por uma indicação feminina.
