O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, determinou a realização de exercícios militares nas principais comunidades do país em resposta direta à presença de navios norte-americanos no Caribe, que seu governo considera uma ameaça à paz regional.
A mobilização militar ocorre em um momento de crescente tensão entre Venezuela e Estados Unidos, após uma série de operações navais americanas na região desde agosto, supostamente destinadas ao combate ao narcotráfico.
* O governo Trump intensificou sua presença militar no Caribe com navios de guerra, alegando combate ao tráfico de drogas, e acusa Nicolás Maduro de liderar redes de narcotráfico.
* Na última terça-feira, as forças americanas destruíram uma lancha que, segundo Trump, transportava “seis narcoterroristas”. Desde 2 de setembro, pelo menos cinco embarcações foram bombardeadas, resultando em 27 mortes.
* Em resposta, Caracas classificou as ações como “execuções extrajudiciais” e Maduro anunciou via Telegram: “Vamos ativar toda a força militar de defesa integral, popular, militar e policial, ativadas e unidas”.
A mobilização militar abrange a capital Caracas e o estado de Miranda, região que concentra aproximadamente 7 milhões de habitantes. A televisão estatal venezuelana transmitiu imagens de veículos blindados em Petare, uma das maiores comunidades do país, desde a madrugada.
Nicolás Maduro justificou a ação como necessária para “defender montanhas, costas, escolas, hospitais, fábricas, mercados” e comunidades “para continuar alcançando a paz”. O presidente venezuelano caracterizou a situação como a “ameaça militar mais letal e extravagante da história”.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, afirmou que as ações americanas têm como objetivo “roubar da Venezuela seus imensos recursos naturais” e declarou que os exercícios de mobilização são parte de uma “ofensiva permanente” contra o que chamou de “cerco” e “agressão” dos Estados Unidos.