Em meio à maior operação policial letal da história do Rio de Janeiro, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (28) que não recebeu nenhum contato do governador Cláudio Castro para tratar da ação.
A megaoperação, batizada de “Operação Contenção”, foi realizada contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, resultando em pelo menos 64 mortos e 81 presos, segundo o Palácio Guanabara. Quatro policiais estavam entre os mortos.
Falta de contato formal
Lewandowski, que fez a declaração durante cerimônia na Assembleia Legislativa do Ceará, foi enfático: “Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública, para esta operação, nem ontem, nem hoje, absolutamente nada”.
O ministro destacou que a responsabilidade constitucional pela segurança pública é dos estados e que as forças federais têm competência “muito limitada”. Ele afirmou, no entanto, que o governo federal atendeu a um pedido anterior do governador para transferir líderes criminosos para penitenciárias federais.
Governador diz que estado está “sozinho”
Mais cedo, o governador Cláudio Castro havia feito um pronunciamento dizendo que o Rio de Janeiro está “sozinho nessa guerra”. Ele defendeu que a situação atual “transcende” a segurança pública comum e classificou a ação como “uma operação de defesa”, enfatizando a necessidade de maior integração com as forças federais.
A operação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes, gerou represálias do tráfico em várias partes da cidade, com a formação de barricadas e queima de veículos, causando transtornos no trânsito.