A Justiça determinou que o processo criminal relacionado à morte do gari Laudemir de Souza Fernandes seja colocado em sigilo. A decisão foi tomada pela juíza sumariante do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte após identificar “risco concreto de vazamento de informações”.
A restrição ocorre 16 dias após a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público contra Renê da Silva Nogueira Júnior, tornando-o réu por quatro crimes: ameaça, porte ilegal de arma de fogo, fraude processual e homicídio qualificado. Na mesma ocasião, foi determinado o desmembramento do processo em relação à sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira.
* Em 17 de setembro, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras do casal até R$ 611 mil
* Nas contas foram encontrados apenas R$ 587,19, valor considerado “ínfimo” pelo magistrado
* Quatro veículos foram bloqueados, incluindo o utilizado no dia do crime
* O bloqueio visa garantir pensão mensal à filha de Laudemir e possível pagamento de danos morais
* Renê foi indiciado por homicídio qualificado 18 dias após o crime
* A arma utilizada pertencia à delegada Ana Paula, que responderá por porte ilegal de arma
* Imagens de câmeras de segurança mostram Renê guardando a arma em uma mochila no dia do crime
* Investigações revelaram que o empresário tinha “fascínio” por armas de fogo
* Ana Paula realizou 29 pesquisas sobre o caso no sistema policial antes da prisão do marido
* A Corregedoria da PCMG indiciou a delegada por prevaricação
* A servidora foi afastada por 60 dias para tratamento de saúde no Hospital da Polícia Civil
Com a decisão de sigilo, apenas os envolvidos, seus defensores, o assistente de acusação e o Ministério Público terão acesso às informações do processo. A magistrada justificou a medida como necessária para “assegurar a integridade da instrução, resguardar direitos fundamentais das pessoas envolvidas e garantir a efetividade da investigação”.